
Uma carreira que atravessou continentes e gerações
Quando Sergio Busquets publicou seu vídeo de despedida no Instagram, a emoção foi imediata. O atleta, que deu a volta ao mundo dentro dos quatro cantos do campo, resumiu quase duas décadas de futebol em palavras simples: gratidão, orgulho e a sensação de missão cumprida. O mito começou nas categorias de base do Barcelona, mas rapidamente ganhou proporções globais ao se firmar como a âncora do meio‑campo do clube.
Ao longo de 18 temporadas no Camp Nou, Busquets chegou a ultrapassar a marca de 700 jogos, ajudando a equipe a erigir nove títulos da La Liga, três Champions League e sete Copas do Rei. Cada troféu foi conquistado com a mesma filosofia de jogo: posse de bola, posicionamento impecável e leitura de jogo que deixava os adversários sempre um passo atrás. Fora da Espanha, ele também vestiu a amarelinha da seleção, contribuindo decisivamente para a glória da Copa do Mundo de 2010 e o bicampeonato europeu de 2012.
Os números falam por si: 718 partidas oficiais, 19 títulos internacionais e um número incalculável de assistências que muitas vezes passaram despercebidas nos holofotes. Essa consistência fez de Busquets um dos poucos jogadores que puderam atuar ao lado de lendas como Lionel Messi, Xavi Hernández e Andrés Iniesta, formando um dos meio‑campos mais temidos da história do futebol.
Além das estatísticas, o que realmente definiu a lenda foi seu caráter. Colegas de equipe, técnicos e até rivais sempre o citaram como exemplo de humildade e profissionalismo. Sergio Ramos, que o enfrentou nos duelos Barcelona‑Real Madrid, lembrou que “a classe de Busquets vai muito além das habilidades técnicas; ela está na postura dentro e fora de campo”.
O adeus nos Estados Unidos e o que vem pela frente
Em 2023, o meio‑campo espanhol fez as malas e cruzou o Atlântico rumo à Major League Soccer, assinando com o Inter Miami. A mudança representou mais que um contrato: foi um reencontro com Lionel Messi, já instalado na cidade da Flórida, e uma oportunidade de levar sua bagagem tática para um projeto ainda em construção.
Desde então, o time tem apresentado sinais de evolução. Na temporada de 2025, o Miami ocupa a terceira posição na Conferência Leste, com 55 pontos após 29 jogos. A classificação para os playoffs já está garantida, e a briga pelo Supporters’ Shield — o troféu da regular season — está acirrada nos últimos confrontos. Se conseguir levantar esse troféu, seria um encerramento de conto de fadas para o jogador que sempre buscou desafios.
O técnico Javier Mascherano, ex‑companheiro de Barcelona, não escondeu sua admiração e, ao mesmo tempo, apontou para o futuro: “Com a inteligência tática que ele tem, será muito natural vê‑lo na bancada de comissão técnica”. A ideia de Busquets se tornar treinador já circula nas redes sociais, e nomes como Pep Guardiola e Xavi Fernández foram citados como possíveis mentores que poderiam guiá‑lo nessa transição.
Enquanto isso, o próprio Busquets deixou claro que ainda há um desejo de ser útil ao clube. Em seu vídeo de despedida, ele falou sobre “fazer os últimos meses no campo com alegria” e agradeceu a cada torcedor que acompanhou sua jornada. Essa postura demonstra que, mesmo ao encerrar a fase de atleta, ele pretende continuar contribuindo para o crescimento do futebol americano.
O legado de Busquets, no entanto, vai além dos troféus e das estatísticas. Ele redefiniu o papel do volante, mostrando que a defesa pode ser tão criativa quanto um atacante. Muitos jovens meio‑campistas nas academias dos EUA agora estudam suas movimentações, buscando absorver a mesma inteligência de posicionamento que o espanhol exibiu por tantos anos.
Para os fãs de longa data, o adeus traz uma pontada de melancolia; para os que acompanham a MLS, abre portas para um novo capítulo na história do futebol nos Estados Unidos. Se o futuro reservar um banco de reservas ou um cargo de direção, conta‑se com a certeza de que a mesma seriedade e paixão que marcaram sua carreira continuarão a inspirar.
O próximo passo de Sergio Busquets ainda é um mistério, mas uma coisa é certa: onde quer que ele escolha estar, a palavra‑chave será sempre futebol. E, como ele mesmo afirmou, “todo fim é um novo começo”.
Maria Cardoso
Trabalho como jornalista de notícias e adoro escrever sobre os temas do dia a dia no Brasil. Minha paixão é informar e envolver-me com os leitores através de histórias relevantes e impactantes.
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