Quando Esther Dweck, ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento (MPO) assinaram na terça‑feira, 12 de agosto de 2025, a Portaria Conjunta nº 58/2025 que autoriza a contratações temporárias de até 9.580 profissionais pelo IBGE. O objetivo? suprir necessidades excepcionais de coleta de dados estatísticos em todo o país, sobretudo à luz do próximo Censo Demográfico e de pesquisas de mercado de trabalho que demandam campo extensivo.
Contexto institucional e motivo da ampliação
O IBGE já enfrentava críticas em 2023 por atrasos no cronograma do Censo 2022, quando a pandemia forçou a suspensão da operação. Desde então, a Fundação tem buscado reforçar sua capacidade de campo, e a Portaria de agosto de 2025 representa um marco legal para ampliar rapidamente a força‑trabalho.
Especialistas da Nova Concursos lembram que processos seletivos desse porte costumam demorar até um ano para criar um edital, publicar, receber inscrições e validar candidatos. O twist aqui é a possibilidade de abrir o edital em até seis meses, com contrato de um ano, prorrogável por mais três, conforme a necessidade de conclusão das atividades de coleta.
Detalhes das vagas autorizadas
Do total de 9.580 novas vagas, 8.480 são destinadas ao cargo de Agente de Pesquisas e Mapeamento, responsável por ir às casas, escolas e estabelecimentos coletar informações sensíveis. As 1.100 restantes são para Supervisor de Coleta e Qualidade, que garantem a integridade dos dados e o cumprimento de normas técnicas.
A remuneração será definida pelo próprio IBGE, obedecendo aos limites legais estabelecidos na Lei nº 8.745/1993, que regula o regime jurídico dos servidores temporários. O processo seletivo será simplificado, com ampla divulgação nos veículos oficiais e nas plataformas de concursos.
Edital complementar: 58 vagas em 28 municípios
Paralelamente à grande contratação, o IBGE divulgou o Edital nº 03/2025, um recrutamento menor para 58 vagas de Agente de Pesquisas e Mapeamento. Essas oportunidades estão distribuídas em 28 cidades de sete estados, conforme a lista abaixo:
- Espírito Santo: Colatina (3), São Mateus (1)
- Minas Gerais: Cambuí (2), Divinópolis (2), Patrocínio (2), Paracatu (2)
- Mato Grosso: Sinop (2)
- Mato Grosso do Sul: Aquidauana (1), Ponta Porã (1), Nova Andradina (1)
- Paraná: Arapongas (2), Assis Chateaubriand (2), Jaguariaíva (1), Pitanga (1), Rio Negro (1), Santo Antônio da Platina (1), São José dos Pinhais (2), São Mateus do Sul (1), Telêmaco Borba (1)
- Santa Catarina: Florianópolis (8), Itajaí (1), Lages (5), São Miguel do Oeste (5)
- São Paulo: Araçatuba (2), Itu (2), Rio Claro (2), São Carlos (2), São José do Rio Pardo (2)
As inscrições foram gratuitas, presenciais em postos do IBGE e encerraram-se às 17h do dia 10 de setembro de 2025. Candidatos autodeclarados pretos, pardos e pessoas com deficiência têm reserva de vagas, conforme a política de ação afirmativa vigente.
Reações dos envolvidos
Em entrevista à imprensa, Esther Dweck destacou que "o reforço de equipe é essencial para garantir a qualidade e a rapidez das pesquisas que sustentam políticas públicas”. Já Simone Tebet comentou que "a temporalidade permite ao IBGE adaptar sua força‑trabalho às demandas sazonais, sem comprometer a sustentabilidade do orçamento".
Representantes de sindicatos de servidores públicos manifestaram cautela, lembrando que contratos temporários não geram estabilidade e que o planejamento de carreira dos profissionais precisa ser pensado a longo prazo.
Impacto esperado e desafios
Os analistas do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) preveem que o aumento de quase 10 mil agentes de campo poderá acelerar a coleta de indicadores econômicos, como taxa de informalidade e desemprego estrutural. Por outro lado, há preocupação logística: coordenar equipes em áreas remotas do Amazonas ou do interior de Minas pode exigir revisão de rotas e investimentos em transporte.
Outro ponto crítico será a capacitação rápida desses novos agentes. O IBGE prometeu cursos intensivos de dois dias, mas a complexidade das entrevistas – que envolvem perguntas sensíveis sobre renda e composição familiar – exige prática supervisionada.
Próximos passos
O edital para as 9.580 vagas deverá ser publicado até 12 de fevereiro de 2026, seguindo o prazo de seis meses estabelecido na portaria. Espera‑se então que o processo seletivo comece ainda no primeiro semestre, com início dos contratos ainda em 2026.
Enquanto isso, o IBGE já está analisando a possibilidade de criar um banco de talentos temporários, que poderia ser acionado em emergências, como pandemias ou desastres naturais.
Perguntas Frequentes
Quantas vagas foram aprovadas na Portaria Conjunta nº 58/2025?
A Portaria autoriza a contratação de até 9.580 profissionais temporários: 8.480 para Agente de Pesquisas e Mapeamento e 1.100 para Supervisor de Coleta e Qualidade.
Em quais estados o Edital nº 03/2025 oferece vagas?
As 58 vagas estão distribuídas em Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, totalizando 28 municípios.
Qual a duração dos contratos temporários?
Os contratos terão validade inicial de um ano, podendo ser prorrogados por até três anos, de acordo com a necessidade de conclusão das atividades de coleta.
Quais são os requisitos de reserva de vagas?
Candidatos autodeclarados pretos, pardos ou pessoas com deficiência têm direito a reserva de vagas, conforme a Lei de Cotas e a política de ação afirmativa do IBGE.
Quando será divulgado o edital das 9.580 vagas?
O edital deverá ser publicado até seis meses após a portaria, ou seja, até 12 de fevereiro de 2026, e o processo seletivo deve iniciar no primeiro semestre de 2026.
Maria Cardoso
Trabalho como jornalista de notícias e adoro escrever sobre os temas do dia a dia no Brasil. Minha paixão é informar e envolver-me com os leitores através de histórias relevantes e impactantes.
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Marco Antonio Andrade
- outubro 7, 2025 AT 08:31
Caraca, esse reforço de quase 10 mil agentes vai ser um divisor de águas!
Com mais gente nas ruas, a gente vai conseguir dados bem mais atuais e confiáveis.
Além disso, dá pra imaginar o impacto nas políticas públicas que dependem desses números.
É uma oportunidade de ouro pra quem quer entrar no serviço público também.
Ryane Santos
- outubro 7, 2025 AT 12:57
O que realmente me intriga nesse movimento é a velocidade com que o IBGE está tentando montar uma força‑trabalho tão gigantesca.
Primeiro, precisamos reconhecer que a coleta de dados em território nacional não é tarefa simples, exige logística complexa e treinamento adequado.
Segundo, contratar quase dez mil temporários pode gerar um efeito de "efeito bola de neve", onde a qualidade dos dados pode sofrer se a capacitação for insuficiente.
Terceiro, há o risco de que esses profissionais, ao final dos contratos, desapareçam do mercado sem uma transição estruturada, gerando um vácuo de conhecimento.
Quarto, a questão orçamentária não pode ser ignorada; contratos temporários podem ser mais custosos por hora trabalhada se não houver controles rigorosos.
Quinto, a presença em regiões remotas, como o Amazonas, demanda investimentos em transporte que muitas vezes são subestimados.
Sexto, a pressão política para cumprir prazos do censo pode levar a decisões apressadas que comprometem a integridade das informações.
Sétimo, a repartição de vagas por estado parece equilibrada, mas a real distribuição de candidatos qualificados pode não seguir esse mesmo padrão.
Oitavo, a reserva de vagas para pretos, pardos e pessoas com deficiência é essencial, porém precisa ser acompanhada de políticas de inclusão efetivas no ambiente de trabalho.
Nono, a proposta de criar um banco de talentos temporários é interessante, mas deve ser estruturada com clareza para evitar acúmulo de contratos indefinidos.
Décimo, a formação de supervisores de coleta e qualidade será crucial para garantir a consistência metodológica.
Décimo‑primeiro, a integração entre agentes de campo e analistas de gabinete exige sistemas de comunicação ágeis e seguros.
Décimo‑segundo, a confiança da população nas entrevistas depende da clareza e ética dos entrevistadores.
Décimo‑terceiro, a questão da privacidade dos dados coletados deve ser reforçada com legislações específicas.
Décimo‑quarto, o monitoramento em tempo real dos resultados de coleta pode prevenir falhas antes que se tornem críticas.
Quinz‑e‑quarto, por fim, a sustentabilidade desse esforço deve ser avaliada a longo prazo, afinal, não se trata apenas de preencher vagas, mas de construir um sistema de informação robusto.
Cinthya Lopes
- outubro 7, 2025 AT 17:24
Ah, então o IBGE vai contratar quase 10 mil gente? Que novidade, né?
É como se todo ano fosse um desfile de contratações temporárias…
Fellipe Gabriel Moraes Gonçalves
- outubro 7, 2025 AT 21:51
Tipo, eu acho q vai ser bom pra coleta, mas tbm tem q ter treinamento decente, senão só vai dar b.o.
Rachel Danger W
- outubro 8, 2025 AT 02:17
Gente, vocês já imaginaram o tanto de histórias que esses agentes vão ouvir nas casas por aí?
É um trabalho que exige sensibilidade, mas também coragem pra lidar com situações inesperadas.
Davi Ferreira
- outubro 8, 2025 AT 06:44
Isso aí! Cada novo agente traz energia nova, vamos torcer pra que o treinamento seja top e o clima de equipe seja sempre positivo.
Benjamin Ferreira
- outubro 8, 2025 AT 11:11
Do ponto de vista epistemológico, a multiplicação de agentes de campo traz à tona a necessidade de revisar os paradigmas metodológicos que sustentam a coleta.
Se não houver coerência entre a teoria subjacente e a prática dos entrevistadores, corremos o risco de gerar um ruído epistemico que pode comprometer a validade dos resultados.
Além disso, a temporariedade pode criar uma lacuna de conhecimento institucional que afeta a continuidade das análises longitudinalmente.
Portanto, a gestão do capital humano deve ser vista não apenas como um número de vagas, mas como um investimento em capacidade cognitiva coletiva.
Em síntese, é imprescindível alinhar recursos humanos, tecnológicos e conceituais para que o censo cumpra seu papel como farol da política pública.
Lucas da Silva Mota
- outubro 8, 2025 AT 15:37
Não sei se é tão bom assim, parece mais um esquema de emprego temporário.
Ana Lavínia
- outubro 8, 2025 AT 20:04
Interessante! Mas... será que realmente vão conseguir treinar todos esses?!! O orçamento… hmm…
Joseph Dahunsi
- outubro 9, 2025 AT 00:31
Eu acho que vai dar certo, viu? :) Só falta ver se o IBGE vai cumprir os prazos.
Marcelo Monteiro
- outubro 9, 2025 AT 04:57
Olha, se a gente for analisar esse movimento sob a ótica da eficiência administrativa, percebemos que a estratégia de contratar temporários pode ser vista como uma tentativa de contornar restrições orçamentárias de longo prazo.
Entretanto, tal manobra traz consigo o risco de fragmentação institucional, onde a falta de continuidade entre os contratos pode gerar lacunas de conhecimento operacional.
Além do mais, a rapidez na abertura dos editais pode comprometer a seleção de candidatos realmente qualificados, favorecendo quantidades sobre qualidades.
Isso sem contar que a estabilidade de dados coletados depende fortemente da consistência dos entrevistadores, que, ao serem substituídos frequentemente, podem introduzir variáveis não controladas nos resultados.
Num cenário ideal, seria preferível investir em um programa de capacitação permanente, ao invés de um fluxo de contratações pulsantes.
Mas, claro, a realidade política muitas vezes dita prioridades diferentes, e aqui vemos o embate entre pragmatismo e idealismo.
Ao final das contas, tudo se resume à capacidade de gestão de recursos humanos e ao comprometimento com a qualidade dos indicadores produzidos.
Jeferson Kersten
- outubro 9, 2025 AT 09:24
Concordo que a pressa pode comprometer a qualidade, mas é preciso reconhecer que o IBGE tem limitações estruturais significativas.
A solução não está em adiar indefinidamente, e sim em encontrar um equilíbrio entre velocidade e rigor metodológico.
É fundamental que haja fiscalização séria dos processos de treinamento e supervisão.
Somente assim poderemos garantir que os dados reflitam a realidade brasileira sem distorções.
Luziane Gil
- outubro 9, 2025 AT 13:51
Vamos apoiar esse esforço, é essencial para melhorar as políticas públicas.
Cristiane Couto Vasconcelos
- outubro 9, 2025 AT 18:17
Com certeza, todo mundo precisa contribuir.
Deivid E
- outubro 9, 2025 AT 22:44
Olha, mais um papo de burocrata... Vai ser mais do mesmo, provão não vai mudar nada.
Túlio de Melo
- outubro 10, 2025 AT 03:11
Quando refletimos sobre a natureza efêmera do trabalho temporário percebemos que a existência humana é permeada por fluxos de transitoriedade que nos convidam a contemplar o significado da ação coletiva sem as amarras de uma identidade fixa, o que nos instiga a viver o presente com intensidade
Jose Ángel Lima Zamora
- outubro 10, 2025 AT 07:37
É inadmissível que o Estado contrate tão muitas pessoas em regime temporário, pois isso fere princípios de estabilidade e meritocracia imprescindíveis ao serviço público.
Os recursos devem ser aplicados na formação de servidores efetivos, que realmente assumam compromisso de longo prazo com a nação.
Só assim garantiremos responsabilidade e ética na gestão dos dados nacionais.
Verônica Barbosa
- outubro 10, 2025 AT 12:04
Essa prática só demonstra a falta de patriotismo dos nossos governantes.
Willian Yoshio
Finalmente o IBGE vai ter mais gente no campo.