Ibovespa dispara após inflação fraca e expectativa com IOF; dólar fecha estável
11 jun

Ibovespa retoma fôlego com sinais econômicos e política fiscal

A semana começou movimentada na B3. O Ibovespa cravou 137.546 pontos em 3 de junho de 2025, subindo 0,56% e virando o jogo após quatro sessões de queda. O clima mudou com uma surpresa positiva: a inflação, que veio mais fraca que o esperado, diminuiu a pressão sobre o Banco Central e animou investidores. Outro ponto que mexeu com o humor do mercado foi a sinalização do governo de que pode flexibilizar o aumento do IOF. O imposto vinha assustando, mas a possibilidade de ajuste ajudou a acalmar os ânimos e trouxe compradores de volta à bolsa.

A movimentação seguiu firme tanto em números quanto em volume. Dados da B3 mostram que, só em abril, o volume médio diário negociado em ações foi de R$27,6 bilhões—uma alta de quase 12% em um ano. Nas análises técnicas, o suporte forte no gráfico ficou claro na média móvel dos 200 períodos por volta de 136.280 pontos e, com o Ibovespa se mantendo acima da nuvem de Ichimoku, quem aposta na alta ganhou confiança.

Dólar, setores e apostas para o restante do ano

Dólar, setores e apostas para o restante do ano

Do lado do câmbio, o real também ficou mais forte. A moeda dos EUA encerrou o dia a R$5,8037, reflexo do interesse renovado nos ativos brasileiros, mesmo com o cenário externo ainda turbulento. A força do real ajudou o apetite por ações domésticas, mas não foi suficiente para estancar a saída de capital estrangeiro, que segue pressionando o mercado e deixando todo mundo com um olho no fluxo financeiro internacional.

Alguns setores ganharam destaque: Magazine Luiza disparou após revisão positiva no preço-alvo de suas ações. Já Rede D’Or e JBS ficaram sob pressão de realização de lucros e cortes de recomendação por parte dos analistas. As apostas dos grandes bancos refletem o clima de cautela. O Santander acredita que o Ibovespa pode alcançar 145 mil pontos em 2025, puxado por expectativa de crescimento de lucro de 10%. No entanto, o J.P. Morgan é mais conservador, vendo espaço para o índice chegar só a 135 mil pontos no mesmo período.

O alerta principal segue para a influência da política fiscal na bolsa. Gastos extras típicos de ano eleitoral e o risco de alta dos juros ainda preocupam bastante. Setores mais sensíveis, como educação e saúde, estão na mira dos investidores, já que podem amargar quedas de lucro que variam de -0,3% a -33,7% em cenários de estresse. Para quem acompanha o sobe e desce do Ibovespa, a lição do momento é: há espaço para otimismo, mas ninguém quer tirar o olho dos riscos.

Mirela Ribeiro

Trabalho como jornalista de notícias e adoro escrever sobre os temas do dia a dia no Brasil. Minha paixão é informar e envolver-me com os leitores através de histórias relevantes e impactantes.

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