Lanús e Atlético Mineiro se enfrentam na final da Copa Sul-Americana 2025
22 nov

Na tarde de sábado, 22 de novembro de 2025, o Estádio General Pablo Rojas, em Assunção, vai vibrar com uma final inédita: Club Atlético Lanús contra Atlético Mineiro. O que está em jogo? O troféu da Copa Sul-Americana Assunção — e a redenção de um clube que, apesar de nunca ter sido um gigante do futebol argentino, virou lenda por sua persistência. O Lanús, conhecido como o maior time de bairro do mundo, não é apenas um time de subúrbio. É um fenômeno de organização, identidade e resistência.

De fusão humilde a potência continental

Fundado em janeiro de 1915, o Lanús surgiu da união de dois times locais: o Lanús United e o Clube El Progreso, ambos da cidade homônima, na periferia da Grande Buenos Aires. Nada de grandes investidores, nem patrocinadores milionários. Apenas moradores apaixonados, que construíram um clube com o suor de suas mãos. Em 1920, já subiram à elite argentina — e desde então, viveram altos e baixos. Passaram mais de uma década fora da primeira divisão no século XX. Mas nunca desistiram.

Em 2007, com o centroavante José Sand marcando gols como se fosse um relógio, o Lanús conquistou seu primeiro título nacional: o Apertura. Foi uma vitória simbólica. Não apenas por ser o primeiro, mas porque veio de um time que ninguém esperava. E aí, começou a história moderna.

A era das finais continentais

O primeiro título internacional veio em 1996, na Copa Conmebol, uma competição que, na época, era o equivalente à Sul-Americana. Mas o mais curioso? No ano seguinte, em 1997, o Lanús voltou à final — e perdeu para o Atlético Mineiro. Sim, aquele mesmo Galo que agora volta à final, 28 anos depois, como adversário. O futebol tem ciclos. E o Lanús, nesse ciclo, se tornou um dos mais consistentes da América do Sul.

Desde 2011, o clube disputou quatro finais continentais: a Copa Sul-Americana de 2013 (perdeu para o River Plate), a Libertadores de 2017 (caiu para o Grêmio após um dos maiores reversos da história contra o River), a Sul-Americana de 2024 (venceu o River Plate na final) e agora, em 2025, a mais importante de todas. Quatro finais em 14 anos. Isso empata o Lanús com o River Plate — e supera o Boca Juniors, que só chegou a três no mesmo período. Imagine: um time de bairro, com estádio de 22 mil lugares, batendo na porta da glória mais vezes que o maior rival do futebol argentino.

A Fortaleza e o orgulho de um bairro

A Fortaleza e o orgulho de um bairro

O estádio do Lanús, o Estádio Néstor Díaz Pérez, é chamado de La Fortaleza. E não é só por causa da torcida. É porque dentro daquele muro de tijolos, onde os torcedores gritam com o peito aberto, vive uma filosofia: o futebol não precisa de milhões para ser grande. A frase "El club de barrio más grande del mundo" está pintada no muro do vestiário. Eles não estão exagerando. Estão declarando uma verdade.

Seu projeto de base é referência na Argentina. Jovens que crescem jogando nas ruas do bairro, treinados por técnicos que não têm salários de milhares, mas que têm paixão. Muitos jogadores saem de lá e vão para o River, o Boca, até para a Europa. Mas o coração do Lanús permanece. E quando o time sobe ao gramado, o estádio vibra como se fosse um campeonato mundial.

Por que essa final importa?

Para o Atlético Mineiro, é a chance de conquistar seu primeiro título na Sul-Americana. Para o Lanús, é muito mais. É o terceiro título internacional da história — e o segundo na Copa Sul-Americana. É a volta à Copa Libertadores após oito anos de ausência, desde 2018. É a confirmação de que, mesmo sem os recursos dos gigantes, é possível ser campeão. E é a chance de, pela primeira vez, vencer o Atlético Mineiro em uma final continental.

Em 1997, o Galo levou a melhor. Em 2025, o Lanús quer reverter o resultado. E não é só por vingança. É porque, nesses 28 anos, o clube se tornou um símbolo de que o futebol ainda pode ser feito por quem acredita, e não por quem tem mais dinheiro.

O que está em jogo além do troféu

O que está em jogo além do troféu

Se o Lanús vencer, a Argentina terá seu sexto campeão da Copa Sul-Americana — e o primeiro desde o Defensa y Justicia, em 2020. Mas o impacto vai além das estatísticas. O clube se torna o primeiro da história a vencer duas edições consecutivas da competição. E, mais importante: prova que o futebol de bairro, com toda sua humildade, pode ser o mais poderoso de todos.

Enquanto isso, o Atlético Mineiro tenta romper uma sequência de frustrações continentais. Não vence uma final da Sul-Americana desde 2006, quando foi campeão. E o Lanús? Ele não quer só vencer. Ele quer continuar sendo o maior time de bairro do mundo — e agora, talvez, o mais respeitado da América do Sul.

Frequently Asked Questions

Por que o Lanús é chamado de "maior time de bairro do mundo"?

O termo surgiu da autodeclaração do clube, que inscreveu a frase "El club de barrio más grande del mundo" em seu estádio, La Fortaleza. Apesar de não ter grandes investimentos, o Lanús conquistou quatro finais continentais desde 2011, igualando o River Plate e superando o Boca Juniors no mesmo período, o que reforça sua credibilidade como um modelo de sucesso baseado em base, identidade e organização.

Quais foram os principais títulos internacionais do Lanús?

O Lanús venceu a Copa Conmebol em 1996 — a primeira conquista internacional do clube — e a Copa Sul-Americana em 2024. Em 1997, chegou à final da mesma competição, mas perdeu para o Atlético Mineiro. Uma vitória em 2025 seria seu terceiro título internacional e o segundo na Sul-Americana, consolidando seu status como potência surpresa da América do Sul.

Como o Lanús compara-se com os grandes clubes argentinos?

Desde 2011, o Lanús tem quatro finais continentais, empatando com o River Plate e superando o Boca Juniors (três). Enquanto os grandes times têm mais títulos nacionais, o Lanús supera o Boca em consistência internacional nos últimos 15 anos. Isso mostra que, apesar da falta de recursos, sua estrutura de base e gestão são mais eficientes que muitos clubes tradicionais.

O que a vitória na final de 2025 significaria para o Atlético Mineiro?

Seria o primeiro título da Copa Sul-Americana na história do Galo, completando seu currículo com um troféu continental que ainda lhe falta. Além disso, reforçaria o renascimento do clube como potência sul-americana, após anos de instabilidade. O Atlético Mineiro já venceu a competição em 2006 — mas nunca foi campeão da Sul-Americana, que substituiu a antiga Conmebol.

Por que o Lanús não disputa a Libertadores desde 2018?

O clube não se classificou por resultados nacionais entre 2019 e 2023. Apesar de ser regular nas competições continentais, o Campeonato Argentino é extremamente competitivo, e o Lanús, mesmo com boa gestão, enfrenta dificuldades para manter o top 4 ou vencer torneios nacionais. A vitória em 2025 garantiria sua volta à Libertadores, algo que não acontece desde 2018.

Qual é a importância do Estádio Néstor Díaz Pérez para o Lanús?

Com capacidade para 22.500 pessoas, o estádio, conhecido como La Fortaleza, é o coração do clube. É ali que a torcida, fiel e ruidosa, cria um ambiente intimidador. A estrutura é modesta, mas o carinho dos torcedores transforma o local em um dos mais temidos da Argentina. A frase "maior time de bairro do mundo" está gravada ali não como exagero, mas como um lema de resistência.

Maria Cardoso

Trabalho como jornalista de notícias e adoro escrever sobre os temas do dia a dia no Brasil. Minha paixão é informar e envolver-me com os leitores através de histórias relevantes e impactantes.

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