STF Confirma Competência dos Tribunais de Contas Estaduais para Julgar Prefeitos como Ordenadores de Despesas
26 fev

Decisão do STF Reforça a Fiscalização das Contas Públicas

Num julgamento de grande relevância, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em 21 de fevereiro de 2025, que os Tribunais de Contas Estaduais (TCEs) têm a autoridade exclusiva para julgar prefeitos que atuam como ordenadores de despesas. A decisão, resultado de um voto unânime no caso Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 982/PR, arquivado pela Atricon, traz clareza sobre o papel dos TCEs e resolve ambiguidades legais que vigoravam há anos.

A decisão estabelece que os prefeitos, ao agirem como responsáveis pelas contas públicas, devem prestar contas aos TCEs, que detêm a autoridade exclusiva para julgar estas contas. Além disso, determinou que as penalidades e reparações decretadas pelos TCEs são executáveis sem a necessidade de aprovação pelas câmaras municipais.

Implicações para a Fiscalização e a Transparência

Implicações para a Fiscalização e a Transparência

Essa decisão do STF é vista como uma vitória histórica para a transparência e a responsabilidade fiscal no Brasil. O Vice-Presidente da Atricon, Carlos Neves, destacou que a decisão representa um ponto de virada, especialmente após o entendimento de 2016 do próprio STF, que havia restringido o papel dos TCEs. O Presidente da Atricon, Edilson Silva, afirmou que essa decisão fortalece a proteção dos ativos públicos e a fiscalização dos gastos governamentais.

Ex-líderes como Valdecir Pascoal, do TCE de Pernambuco, e Cezar Miola, do TCE do Rio Grande do Sul, comemoraram a decisão, afirmando que reafirma os mandatos constitucionais e liberta os TCEs da necessidade de ratificação pelas câmaras municipais para aplicar suas sanções.

A decisão do STF surge após anos de interpretações conflitantes de uma decisão de 2016 que reduziu a autoridade dos TCEs. A Atricon argumentou que esta restrição enfraquecia a fiscalização financeira, levando ao novo arquivamento da ADPF. Agora, com a decisão de 2025, fica claro que os TCEs podem impor penalidades não eleitorais diretamente, assegurando uma prestação de contas mais rígida por parte dos responsáveis pela gestão dos orçamentos públicos.

Maria Cardoso

Trabalho como jornalista de notícias e adoro escrever sobre os temas do dia a dia no Brasil. Minha paixão é informar e envolver-me com os leitores através de histórias relevantes e impactantes.

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8 Comentários

eduardo rover mendes

  • fevereiro 27, 2025 AT 20:27

Essa decisão do STF é um marco, mano. Por anos os TCEs tiveram as mãos amarradas enquanto prefeitos faziam o que bem entendiam com o dinheiro público. Agora, finalmente, quem gasta tem que responder direto. Ninguém mais pode esconder atrás de uma câmara municipal que "não aprovou" a punição. Isso é justiça fiscal, não só burocracia.

E se alguém acha que isso é excesso de poder, lembra que os TCEs são órgãos técnicos, não políticos. Eles não inventam penalidades, só aplicam o que a lei já diz. O que mudou foi a execução direta. É lógico, né?

valdete gomes silva

  • fevereiro 28, 2025 AT 12:56

Claro que sim, porque todo político é um ladrão e todo tribunal de contas é um anjo caído do céu. Mas e os abusos? E as decisões arbitrárias? E quando o TCE vira uma máquina de perseguição política? Acho que vocês esquecem que poder sem contrapeso é tirania, mesmo que disfarçada de "transparência".

Se o prefeito não pode ser julgado pela câmara, quem vai fiscalizar o fiscal? O STF deveria ter deixado o equilíbrio de poderes intacto. Agora estamos só trocando um abuso por outro.

Renan Furlan

  • março 1, 2025 AT 15:25

É importante entender que isso não é sobre punir prefeitos, mas sobre garantir que o dinheiro da população seja usado direito. Os TCEs já existem desde os anos 40 pra isso. A decisão só corrigiu um erro de interpretação de 2016 que confundiu todo mundo.

Se o prefeito gasta R$ 10 milhões em obras que não existem, o TCE não precisa esperar a câmara votar pra pedir o dinheiro de volta. Isso é só lógica básica de gestão pública. Nada de radical, só o básico que já existia na Constituição.

João Paulo S. dos Santos

  • março 3, 2025 AT 11:23

essa decisão é boa mesmo. prefeito não é rei, tem que prestar conta. ponto final.

thiago oliveira

  • março 4, 2025 AT 06:25

Na verdade, a decisão é tecnicamente imprecisa. O artigo 71 da CF/88 não outorga "competência exclusiva" aos TCEs, mas sim "atribuições de fiscalização". A distinção é crucial. A execução de sanções sem aprovação legislativa viola o princípio da separação dos poderes, conforme entendimento consolidado pelo STF em 2016 - que, por sinal, foi fundamentado em jurisprudência sólida e em precedentes da Corte Interamericana.

Essa mudança, embora politicamente popular, é juridicamente frágil e abre caminho para abusos institucionais. A Atricon, longe de ser uma entidade neutra, atua como lobby técnico com viés corporativo.

Nayane Bastos

  • março 6, 2025 AT 04:48

Eu acho que todos nós queremos o mesmo: que o dinheiro público seja bem usado. Se o TCE pode agir mais rápido pra corrigir erros, melhor. Mas também acho que precisa ter transparência total nos processos, pra ninguém achar que é só uma forma de vingança política.

Se os membros dos tribunais publicarem os motivos das decisões, com base em laudos técnicos, a gente pode confiar mais. A gente não precisa de heróis, só de regras claras e aplicadas igual pra todo mundo.

felipe sousa

  • março 6, 2025 AT 16:58

Finalmente! Esses prefeitos de merda viviam roubando e se escondendo atrás da câmara. Agora eles vão sentir o peso da lei. Quem gasta o dinheiro do povo sem autorização merece ir pra cadeia, não só pagar multa. Vamos acabar com essa cultura de impunidade de uma vez por todas.

Se alguém não gostar, que vá morar na Europa. Aqui é Brasil, e aqui o povo não aceita mais essas merdas.

Priscila Ribeiro

  • março 8, 2025 AT 12:29

Essa decisão é um passo enorme. Mas o mais importante agora é garantir que os TCEs tenham estrutura pra fazer tudo isso direito. Se não tem pessoal qualificado, não tem tecnologia, não tem orçamento... a decisão vira só papel.

Se a gente quer transparência de verdade, tem que investir nos órgãos que fiscalizam, não só dar poderes. Vamos apoiar os técnicos, não só gritar contra os políticos. A mudança real vem de dentro, não só de cima.

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