Se você curte surf ou acompanha o esporte, provavelmente já ouviu falar de Ítalo Ferreira. O carioca virou referência mundial depois de ganhar o Campeonato Mundial de Surfe em 2019. Mas a jornada dele vai muito além da vitória. Vamos conversar sobre como ele começou, os principais títulos e alguns fatos que poucos conhecem.
Ítalo nasceu em 1994 numa família humilde de Baía Formosa, Rio Grande do Norte. Aprendeu a equilibrar na prancha ainda criança, usando tábuas improvisadas que a família construía com madeira de reflorestamento. Aos 12 anos já competia em campeonatos regionais e, logo depois, entrou no circuito nacional da Confederação Brasileira de Surfe (CBSurf).
A grande virada veio quando, aos 16, foi selecionado para o programa de desenvolvimento da ISA (International Surfing Association). O programa ofereceu patrocinadores, equipamentos de última geração e treinamentos intensivos. Foi nessa fase que Ítalo começou a se destacar nas etapas da Qualifying Series (QS), acumulando pontos e chamando atenção de equipes internacionais.
Em 2014, aos 20 anos, Ítalo recebeu seu convite para o World Tour da World Surf League (WSL). A primeira temporada foi dura: poucos pontos, quedas frequentes e o clima frio de Hossegor. Mesmo assim, ele aprendeu a ler ondas diferentes e a adaptar seu estilo agressivo às exigências da elite.
O ponto de inflexão foi em 2017, quando Ítalo conquistou seu primeiro pódio em Pipeline, no Havaí. A performance mostrou ao mundo que ele era capaz de encarar ondas gigantes com controle total. Em 2018, chegou ao segundo lugar no ranking geral, o que já lhe garantiu o respeito dos colegas.
O ápice veio em 2019, quando Ítalo venceu a etapa de Gold Coast, na Austrália, e depois consolidou a liderança ao ganhar a última prova da temporada em Teahupo'o, no Taiti. O título mundial fez dele o primeiro brasileiro a vencer o WSL na categoria masculina desde Gabriel Medina, reforçando a posição do Brasil como potência no surf.
Além das vitórias nas ondas, Ítalo tem se destacado fora da água. Ele apoia projetos sociais que levam o surf a comunidades carentes do Nordeste, participa de campanhas de preservação dos oceanos e já foi embaixador da marca Oakley, usando sua imagem para promover a prática segura do esporte.
Curiosidade: Ítalo tem uma tatuagem no braço esquerdo que representa uma onda quebrando, símbolo da sua conexão profunda com o mar. Ele também é fã de música eletrônica e costuma ouvir DJs enquanto se prepara para as competições, alegando que isso ajuda a manter a concentração.
Hoje, Ítalo continua ativo no circuito da WSL, disputando novas etapas e treinando duro para buscar um segundo título mundial. Se você acompanha as ondas, vale ficar de olho nas próximas surfadas dele, porque a história ainda tem muitos capítulos para escrever.
Em resumo, Ítalo Ferreira é mais que um campeão; é um exemplo de superação, talento puro e compromisso com o meio ambiente. Seja para quem acompanha o surf profissional ou para quem só curte uma boa história de sucesso, a trajetória do carioca inspira e mostra que, com dedicação, dá pra transformar ondas em oportunidades.