Israel ataca instalações nucleares do Irã no momento de maior fragilidade do regime
18 jun

Israel aproveita crise no Irã para atacar estrutura nuclear

O governo israelense não tem o costume de agir sem avaliar rigorosamente o cenário. Agora, a ofensiva contra instalações nucleares e militares iranianas mostra um movimento cirúrgico. Israel leu o momento como uma janela de oportunidade única. O que pesa nessa estratégia? O Irã atravessa talvez sua maior sequência de problemas internos e externos dos últimos anos. Sancionado economicamente, sufocado por uma inflação galopante e com a rede de aliados regionais enfraquecida, Teerã se encontra menos capaz de reagir com força a ataques estrangeiros.

Quem acompanha a região percebeu a deterioração da chamada “resistência iraniana”, bloco montado por Teerã para projetar influência no Oriente Médio. Esse eixo sofreu um baque especialmente depois das ações militares ocorridas entre outubro de 2024 e o início de 2025. O Hezbollah, principal braço de pressão iraniano no Líbano, viu suas capacidades serem reduzidas em confrontos, ao mesmo tempo em que sistemas de defesa aérea estratégicos do Irã foram simplesmente arrasados. Nesse contexto, a menor capacidade de resposta do Irã ficou evidente até para aliados históricos.

Nervo exposto: preocupações nucleares e jogos de bastidores

Nervo exposto: preocupações nucleares e jogos de bastidores

O que realmente disparou o Israel para a ação? Fontes dos serviços de inteligência mostraram que o regime voltou a investir pesado em seu projeto nuclear. O assunto já não é segredo: trabalhos no chamado “grupo de armas” e a correria no enriquecimento de urânio levantaram todos os alarmes em Tel Aviv. Para Israel, que se considera alvo preferencial de um Irã nuclearizado, esse é o tipo de notícia que não pode ser ignorada. E o timing não foi por acaso.

A relação ficou ainda mais turbulenta desde que os Estados Unidos abandonaram o acordo nuclear com o Irã, o JCPOA, durante o governo Trump. Após a saída do pacto, Teerã não perdeu tempo para pisar no acelerador de seus projetos atômicos e aumentar a tensão na região. Israel, mesmo sem nunca admitir oficialmente o próprio arsenal nuclear, é visto – inclusive em círculos militares internacionais – como potência atômica. Esse fato serviu para amplificar a rivalidade, tornando qualquer avanço nuclear iraniano intolerável para a segurança israelense.

Os disparos contra o território iraniano não envolvem apenas o tradicional xadrez do Oriente Médio. Há implicações sérias no âmbito do direito internacional, já que nenhuma agressão direta foi registrada vinda do Irã, tampouco houve aval da ONU. Isso levanta dúvidas sobre legalidade e cria uma nova camada de tensão, tanto nos bastidores diplomáticos quanto na opinião pública global. O cenário agora é de inquietação: enquanto Israel tenta conter o avanço nuclear rival numa ofensiva ousada, o mundo observa, apreensivo, os desdobramentos de uma crise que promete novos capítulos.

Mirela Ribeiro

Trabalho como jornalista de notícias e adoro escrever sobre os temas do dia a dia no Brasil. Minha paixão é informar e envolver-me com os leitores através de histórias relevantes e impactantes.

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