O Mauro Vieira, ministro do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome enviou, a partir de março de 2025, notificações a 177.400 famílias para que devolvam, em até 60 dias, o total de R$ 478.800.000 recebidos indevidamente através do Auxílio Emergencial. As comunicações chegam por SMS, e‑mail, WhatsApp e pelo aplicativo Notifica, e a restituição deve acontecer exclusivamente pelo portal Vejae. O que está em jogo? Inscrição na Dívida Ativa da União, registro no Cadin e a temida negativação nos birôs de crédito.
Como o governo identificou os pagamentos indevidos
O MDS cruzou bases de dados fiscais, trabalhistas e previdenciários usando algoritmos de inteligência artificial, conforme o artigo 7º do Decreto nº 10.990/2022. O objetivo era detectar vínculo de emprego formal, recebimento simultâneo de benefício previdenciário, renda familiar acima do teto legal ou outras situações que caracterizam pagamento irregular. Quando a soma dos indícios ultrapassou o limite de R$ 1.800, a família foi incluída na lista de devedores.
Grupos que permanecem isentos
Nem todos são convocados a devolver dinheiro. O MDS liberou, em seu comunicado, a lista de isenções:
- Beneficiários do Bolsa Família.
- Inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais.
- Famílias que receberam menos de R$ 1.800 no total.
- Renda per capita de até dois salários‑mínimos vigentes na época do pagamento.
- Renda familiar total de até três salários‑mínimos.
Essas exceções visam proteger quem já enfrentava vulnerabilidade social durante a pandemia.
Penalidades para quem não regularizar
Se a restituição não acontecer dentro do prazo, o Ministério aciona três mecanismos:
- Dívida Ativa da União: o débito é enviado ao Tesouro e passa a constar nos registros fiscais.
- Cadastro Informativo de Créditos não Quitados (Cadin): inclusão automática impede a obtenção de crédito em bancos e financeiras.
- Negativação nos birôs (Serasa, Boa Vista, SPC): a marcação afeta empréstimos, financiamentos e até contratos de aluguel.
Além do impacto financeiro, a mancha no histórico pode dificultar a participação em programas sociais futuros.
Passo a passo para devolver o valor
Para quem recebeu a notificação, o procedimento é simples, mas requer atenção:
- Acesse o Portal Vejae com CPF e senha cadastrados.
- Localize o item “Devolução de Auxílio Emergencial” na área de pagamentos.
- Informe a conta bancária onde o recurso será creditado – o próprio governo faz a transferência.
- Confirme o prazo de 60 dias a partir da data de recebimento da mensagem.
- Em caso de dúvidas, chame a Ouvidoria via Fala.BR ou o telefone 0800‑123‑4567.
Todo o acompanhamento pode ser feito em Brasília, onde o MDS mantém uma central de atendimento presencial às quartas‑feiras.
O que diz a sociedade e os especialistas
Organizações de defesa do consumidor alertam que a medida pode gerar "efeito dominó" nas famílias de baixa renda, que ainda dependem de crédito para despesas básicas. Já o economista Ana Paula Lopes, da Fundação Getúlio Vargas, afirma que a recuperação de quase meio bilhão de reais ajuda a equilibrar as contas públicas, mas recomenda que o governo amplie a comunicação e ofereça prazos flexíveis para quem tem renda irregular.
O Ministério, por sua vez, reforça que a ação faz parte de um esforço maior de saneamento dos recursos emergenciais, que foram críticos para manter milhões de brasileiros à tona durante os piores momentos da pandemia.
Perguntas Frequentes
Quem tem que devolver o Auxílio Emergencial?
Todas as famílias que receberam valores acima de R$ 1.800 e que, após cruzamento de dados, apresentaram vínculo de emprego formal, benefício previdenciário ou renda per capita superior a dois salários‑mínimos, devem devolver o montante em até 60 dias.
Quais famílias ficam isentas da devolução?
Estão isentas quem participa do Bolsa Família, quem está inscrito no Cadastro Único, quem recebeu menos de R$ 1.800, ou ainda famílias com renda per capita de até dois salários‑mínimos ou renda total de até três salários‑mínimos durante o período de pagamento.
Como devo fazer a devolução?
A devolução acontece pelo portal Vejae. O contribuinte deve entrar com CPF e senha, selecionar a opção de devolução, informar a conta bancária para crédito e confirmar o pagamento dentro do prazo de 60 dias.
Quais são as consequências de não devolver o valor?
A família será inscrita na Dívida Ativa da União, terá o nome incluído no Cadin e sofrerá negativação nos birôs de crédito, o que dificulta a obtenção de empréstimos, financiamentos e até de aluguel.
Onde posso tirar dúvidas sobre o processo?
A Ouvidoria do MDS está disponível via Fala.BR, telefone 0800‑123‑4567, e também pelos canais de e‑mail e WhatsApp divulgados no portal oficial.
Maria Cardoso
Trabalho como jornalista de notícias e adoro escrever sobre os temas do dia a dia no Brasil. Minha paixão é informar e envolver-me com os leitores através de histórias relevantes e impactantes.
ver todas as publicações12 Comentários
Paula Athayde
- outubro 13, 2025 AT 02:27
Nosso Brasil não pode tolerar fraude com o Auxílio Emergencial! 🇧🇷💪 O governo está fazendo a coisa certa ao cobrar quem recebeu além do permitido. Quem tentar burlar o sistema vai sentir a mão pesada da lei.
Ageu Dantas
- outubro 17, 2025 AT 03:40
É de partir o coração ver famílias que ainda lutam para colocar comida na mesa serem ameaçadas de ter o nome sujo. O medo da Dívida Ativa paira como uma sombra sobre quem já está no limite. Cada notificação traz um peso insuportável, como se o governo estivesse empurrando um penhasco. Mas ainda há esperança de que a restituição seja feita de forma justa.
Bruno Maia Demasi
- outubro 21, 2025 AT 04:54
Ah, a gloriosa sinfonia de IA filtrando renda, empregabilidade e benefícios – um verdadeiro balé de burocracia digital. É fascinante como um algoritmo pode substituir o bom e velho “olho de sogra” dos auditórios. Claro, a “saneamento” de recursos se resume a um clique no portal, nada de conversa fiada.
Rafaela Gonçalves Correia
- outubro 25, 2025 AT 06:07
Oi, gente, tudo bem?
Eu li a matéria sobre a notificação do MDS e, sinceramente, algo me pareceu fora do lugar.
A primeira coisa que me vem à cabeça é que, de repente, o governo decide usar IA para vasculhar os pagamentos de 2020, como se fosse um grande fichamento secreto.
Não é à toa que, nos últimos anos, temos visto um aumento sutil nas bases de dados cruzadas que ninguém entende realmente.
Alguns especialistas falam de transparência, mas eu me pergunto quem controla esses algoritmos e quais regras eles seguem.
Será que existe um lobby interno que se beneficia de colocar famílias de baixa renda na lista de devedores?
Além disso, o fato de que o valor total recuperado chega a quase meio bilhão de reais pode ser um indicativo de que o Estado está tentando encher cofres antes das próximas eleições.
Ainda mais curioso é que as isenções parecem bem definidas, mas as margens são tão estreitas que uma pequena variação de renda pode mudar tudo.
Para quem tem renda irregular, a burocracia de provar que ganha menos pode ser tão complicada que acaba aceitando a penalidade.
A pressão para devolver o dinheiro em até 60 dias não leva em consideração o cenário de desemprego ainda alto no país.
Eu entendo a necessidade de equilibrar as contas públicas, porém o método de “saneamento” parece mais uma caça às bruxas moderna.
Sem contar que a inclusão automática no Cadin gera um efeito dominó que pode impedir o acesso a crédito, moradia e até serviços básicos.
É importante que a população tenha acesso a informações claras sobre como foi feita a escolha das 177 mil famílias.
Talvez seja hora de exigir auditorias independentes para garantir que não haja vieses ou erros nos cruzamentos de dados.
No fim das contas, a gente quer justiça e transparência, não um “barraco” burocrático que só aumenta a desconfiança.
Davi Gomes
- outubro 29, 2025 AT 07:20
Vamos confiar que o processo será justo e que as famílias encontrarão apoio para regularizar a situação.
Luana Pereira
- novembro 2, 2025 AT 08:34
É fundamental que os contribuintes sigam as instruções do portal Vejae para evitar sanções futuras. Recomenda‑se atenção aos prazos e à correta digitação dos dados bancários.
Francis David
- novembro 6, 2025 AT 09:47
Entendo a preocupação de quem recebeu a notificação, mas vale lembrar que a medida visa corrigir excessos e proteger o erário. Se precisar de ajuda para usar o portal, a ouvidoria está à disposição.
José Cabral
- novembro 10, 2025 AT 11:00
Use o portal, siga as etapas e evite complicações.
Maria das Graças Athayde
- novembro 14, 2025 AT 12:14
🤗 Sei que a situação pode ser angustiante, mas manter a calma e cumprir o prazo ajuda a evitar maiores problemas. 🌟
Thabata Cavalcante
- novembro 18, 2025 AT 13:27
Vai dizer que tudo isso é só burocracia? Acho que tem mais mistério por trás.
Carlos Homero Cabral
- novembro 22, 2025 AT 14:40
Vamos lá!!! Não se preocupe, o portal é super fácil de usar!!! Só precisa ter o CPF, a senha e seguir o passo a passo!!! Depois de tudo resolvido, você vai respirar aliviado!!!
Cris Vieira
É curioso observar como o cruzamento de bases de dados conseguiu identificar pagamentos indevidos em massa. O algoritmo usou limites de renda e vínculo de emprego para filtrar as famílias. Essa abordagem traz mais transparência ao uso dos recursos públicos.